terça-feira, julho 28, 2009

(Inocente Nitidez - P.M)


É essa atmosfera das vontades
Conturbada e tão em paz
Que vai regando os mistérios
De jardins ausentes que hão de chegar

No vai e vem repentino das asas
Em ritmo tão certo e pesado
Nasce sentido insatisfeito
E tão verdadeiro por não o ser

Sincera me parece a imperfeição
Compondo o que não se pode mudar
Embriagando formas em fuga
De ocos semblantes soltos no ar

Viajantes de causas irreveladas
Seguem almas de apegos solitários
Livres como marés de águas rasas
Duvidosas como estradas sem curvas

Em tempestades de trilhas inacabadas
Vagam escolhas de vidas transitórias
E os motivos vem surgindo do nada
Sem vestígio de razão, nitidez ou glória.