Conturbada e tão em paz
Que vai regando os mistérios
De jardins ausentes que hão de chegar
No vai e vem repentino das asas
Em ritmo tão certo e pesado
Nasce sentido insatisfeito
E tão verdadeiro por não o ser
Sincera me parece a imperfeição
Compondo o que não se pode mudar
Embriagando formas em fuga
De ocos semblantes soltos no ar
Viajantes de causas irreveladas
Seguem almas de apegos solitários
Livres como marés de águas rasas
Duvidosas como estradas sem curvas
Em tempestades de trilhas inacabadas
Vagam escolhas de vidas transitórias
E os motivos vem surgindo do nada
E os motivos vem surgindo do nada
Sem vestígio de razão, nitidez ou glória.