quarta-feira, abril 28, 2010

(Não busque em verdades - P.M)


Não busque em verdades tudo o que se perdeu no teu ego
Nem deixe a ausência brincar de sentido com suas vontades
Acredite no encontro sincero do ser a margem de tudo o que se é
Sem envolver-se por demais nas correntezas carentes desta vida.

Assim irá de encontro com os aspectos livres de suas escolhas
Nas possibilidades de tudo o que existe até sem razão notada
A te envolverem como luzes vibrantes de intuições pacíficas
Nos caminhos traduzidos em todo significado de liberdade calada.

Colha da existência somente os olhares sinceros de sua alma
Sem esquecer a ti mesmo nas causas dos prazeres deste plano
Pois a vida não precisa de significados para abraçar-te
Basta que o além dos sentimentos nao se distancie destes anos.

(Pedro Melo - 28-04-2010)

sábado, abril 24, 2010

(Já não me limitam as dúvidas - P.M)


Já não me limitam as dúvidas
Nem me possuem as evidências,
Pois a razão não mais causa fascínio
Nos sentidos ocultos desta existência.

Nem o tudo, ou mesmo o nada
Abrigam o segredo da vida
Apenas a imaginação semeada
Em cada liberdade mantida...

E se os sonhos nos levam
Aonde nascem as verdades,
Nas escolhas do agora, ecoam...
Caminhos eternos de brevidade.

terça-feira, abril 20, 2010

(Corações Amordaçados - P.M)


Se o riso forçado, fosse motivo de alegria
Qual imagem a sua mais forte cólera veria?
Simulando posturas no esconder dos estados
Reagindo feito aço, no acolher de um só lado

Do que são feitos estes desesperados
Que não se rendem ao que sentem,
Serão almas do medo?
Reféns de ilusão aparente?

Seres da mais bruta atuação,
São fantasmas destes planos
A persuadirem a verdade sagrada
Nas feições de seus enganos...

Pesados, jamais crescem do que são
Ao separarem a essência do fardo:
Mas se está a respirar e não te rendes
Não é vivo, não é morto e nem contradição
És espirito sem resposta, coração amordaçado.

ALTER-BIOGRAFIA X AUTO-EGO (Felipe Rey)

Sou
Seco
Pró-seco arredio
Rascante
Rachante vadio
Sou quente/frio
De vez em quando
Quando em quanto
Solto risadas
Gargalhadas no cio
Também derramo
Um ramo
De lágrimas por dentro
Contudo não me dou de graça
A qualquer
Contentamento.

segunda-feira, abril 19, 2010

(Queria que o relógio dos anos - P.M)


Queria que o relógio dos anos
Renunciasse das horas
Entretendo os segundos
Nos gestos de um vôo lento.

Abraçando os passáros
Nas asas do destino,
Em constelações de planos
No infinito dos sentimentos...

Desenhando na eternidade
Os olhos desta vida
Em motivo a despertar
A mais presente das partidas

Regendo na liberdade
Assim como a um irmão
Elementos de um só anseio
Na verdade desta ilusão.

sexta-feira, abril 16, 2010

(Inconformidades - P.M)


As inconformidades são como uma intervenção cósmica da realidade. Alimentando-se dos reconhecimentos anônimos, de oscilantes desejos encarnados nas condições frias da verdade. Acordam ilusões, vozes vazias, análises de tudo o que não acontece por não existir em si mesmo. É a aparência do que se enxerga quando se está retido em avalanches de matérias que desafiam os planos mudos. É contradição que desagua em necessidades desnecessárias, vínculos subjugados por prisões passivas, ideais vagos em audácias impossíveis. Confidências inconfessas nas faces do segredo. São palavras perdidas em todas as formas de não se retratar a vida. A razão admitida em reflexos de visões perdidas. Uma fonte carente de novidades sinceras, são como fogo que se acende em dias de chuva e velas. Improvisos constantes que desafiam os minutos das horas. As inconformidades são o elo perdido de semblantes ocultos a delirarem nos jardins da consciência pesada. É unidade desafiada por todas as moléculas dançantes nos terrenos da dúvida. Linha imaginária em descobertas sem relento de paz, sentenças tênues de ciências brancas, fórmulas rasas em trilhas de analogias vagas. Asas inertes pelo alvo egoísta deste momento único. Notas que não podem ser tocadas por mãos calejadas de inocência. Alfabetos que regem o espírito calado. Razão tímida na eternidade parada em gavetas do além.

quarta-feira, abril 14, 2010

(Portos do meu peito - P.M)


Em minhas cinzas virtudes,
Onde mal consigo enxergar
Tudo é chuva de pensamentos
Destas nuvens a improvisar.

Em segundos de essência,
Confundindo o pouco que resta
Vou brincando de transparência
Como alma perdida entre frestas.

Pois jamais poderia, eu propor...
Nos campos abertos da existência
Assumir gesto, mesmo que firme
Em traço ausente de qualquer dor.

Pois nem a mais livre felicidade,
Ou a mais alegre das liberdades,
Poderiam entreter meu coração
Nas obras partidas de meus feitos.

Somente a tristeza amiga,
Ancorada em emoção
Desafoga o sentimentos parados
Nos portos do meu peito.

(Dedicada a letra da música Há Tempos do mestre Renato Russo que diz:
"Tua tristeza é tão exata, e hoje em dia é tão bonito, já estamos acostumados, a não termos mais nem isso")

sexta-feira, abril 09, 2010

(Em dias de noite - P.M)


Em dias de noite, abrigam-se flores
Destas que não se podem colher,
Mas se tens imperfeições, não fujas, fica...
Plante estrelas nos jardins do alvorecer.

Não fique mudo perante o coração.
Mergulhe nos raios regidos d´alma...
Alimentando a si próprio em essência,
Nas sementes pacíficas da calma.

Brinda as constelações do ser
Sem ilusões de sentimentos
Nas intenções emotivas...
Da solidariedade de cada momento.

Voe nos casulos da existência,
Nas coincidências de outros planos
Sem apagar-se em consciência
Nos fantasmas destes anos.

Regue teus universos, além
Nas profundezas espirituais...
Esqueça as razões perdidas,
Na passagem desta vida:
Cria-te nas horas da eternidade.

Na liberdade das asas,
Nos sentidos de teus sonhos...
Nos mistérios escondidos
Em presenças doutros mundos.

sábado, abril 03, 2010

(Regência de um sono profundo - P.M)



Que instante é este que me acomete
Coisa viva sem qualquer definição,
Será segundo eternizado, em partida
Na liberdade de toda a emoção?

Que estado será este, livre e tão só
Me encontrando ao me perder
Na ausência que guarnece,
Cifras nos sussurros dos anjos...

Qual fração da eternidade será esta?
Que nos resgata de todas as carências
Das porções do universo aparente
E nos faz sentir coisa única por inteira?

Qual o nome deste delírio?
Que emudece tudo o que faz sentido
Para nos acordar na transformação...
Da regência de um sono profundo.

(Dedicado ao centenário de Chico Xavier)
Cifras: Combinação secreta de algarismos ou letras,
para abrir uma fechadura, segredo.

(Entre o Tédio e a Triste Sina - P.M)


Entre o tédio e a triste sina,
Criam-se pensamentos ao luar
Bem na fronteira do que fascina,
Com o reflexo do que não quer calar.

Nem mesmo a hora, ou os minutos,
Sabem bem o porque desta existência;
Então se transitas entre vagos mundos:
Nao desepera-te; Tenha paciência!

Doa as palmas aos anjos do alvorecer,
E em teus enredos, jamais esqueças
Não lute contra o que há de ser...
Ama-te os confins da existência.

sexta-feira, abril 02, 2010

(Meu Universo a vagar - P.M)


Hoje meu universo foi caminhar
Livre de provas ou vontades
Somente fonte do que é,
Sem impossíveis saudades.

Não digo além das formas.
Essas que são obras do ser.
Mesmo que confusas ou calmas,
Em pensamentos a entreter.

Foi sim persuadir a existência
Sobrevivendo em vestígios,
Ausente de ausências,
Ou inocência de martírios.

Foi reger obras naturais,
Trilhar sentimentos ou vazios
Sem mesmo contradição,
Ou espíritos em destinos.

Ancorar nas águas do céu.
Sem estados ou missões.
Apenas reagindo a instintos,
Pacífico de quaisquer razões.

Foi ser realidade de luas.
Infinitos em liberdade.
Existir a sí mesmo.
Sem qualquer finalidade.

quinta-feira, abril 01, 2010

(Sem mesmo entender - P.M)



Sem mesmo entender
O quanto me resume
Infinito este que me têm,
Traço exílio de autorias.

Sem ao menos violar
Os abrigos do meu ser
Sigo sem mesmo entender,
Os caminhos do além.

Sem ao menos me iludir
Com figurados elogios,
Não mais enterro liberdades
Nas asas do meu peito.

Assim como mortal andarilho
Em ensaios da perfeição
Não mais almejo atos vazios
Na pessoalidade da razão.