terça-feira, abril 24, 2012

(Não mais que um instante P.M)



De repente os olhos se fecham
e nada é mais como antes
surge uma sintonia calada
corrente partida, sinal adiante

e se a visão está cansada
o coração agora descansa
até que sejam cessados
os jogos da esperança

e se for pra corrigir
mal me contenho aos fatos

não sei como estou
nem sei com quem vou
mas nada vai impedir
o meu propósito tentado

eu encaro perdendo o chão
sigo sem arrumar a razão
só pra suportar de paixão
qualquer motivo inventado

e se vou seguir nesta estrada
é como quem não quer nada
além de um papel amassado
e um sentimento pirado
pra declarar meu coração.

segunda-feira, abril 23, 2012

(Quase por querer - P.M)



Os motivos da distância
eu disfarço
sem precisar de muito em troca

a minha alma eu mesmo traço
num gesto distraído
e o que fica pouco importa

dor no peito às vezes sinto
coragem que jamais omito
contra a indiferença morna
que cala por calar

mas sempre fica algum sentido
que sirva de aviso
no preservar da essência
e se a vida não lhe disse
não há nada que persista
então tenha paciência...

pois é dificil de esquecer
e também de revelar
complicado de entender e
principalmente de esperar
a fugas e retornos de uma alma
na pressa do que não vai embora

e se a palavra é bem dita
que seja de maneira mais bonita
nas expressões do silêncio
onde o resumo se faz das horas

então acerte o ponteiro meu bem,
não tenha medo assim sem mais...
afinal esta passagem é uma visita
algo profundo, um mundo confuso
e alguns segundos de paz.

ouvindo http://www.youtube.com/watch?v=e8dgvZ-s8ts


quarta-feira, abril 11, 2012

(Nosso caos - P.M)



Agora pra terminar
este meu caso com o cansaço
estou preso nesta meia verdade
surrado pela recente ironia
da minha própria bondade

e se for pra mudar
pretendo seguir adiante
continuar na sorte inventada
desse meu jeito inconstante

e se for apenas teimosia
o que sobra é mesmo ilusão e fantasia
na bula deste convívio
revelando a impressão tardia
na confusão do nosso destino

então continuo na contramão...
tentando esquecer as falhas
encontrando o que há de bom

e se não pode ser,
não cabe a mim saber
o tempo sempre se foi sozinho

e se não posso entender
deixo de lado a razão
pros destinos deste redemoinho.

segunda-feira, abril 02, 2012

(Entre passados - P.M)



Tenho a mania de enxergar os caminhos da vida
mas raramente os vejo como se mostram
nos detalhes das nuances procuro o enigma
e na raridade das eras,
a verdade pra seguir adiante

E mesmo que os passos dados
sejam certos de alguma maneira
a magia de formas não contadas
quase sempre revelam a paixão
de uma antiga estória inteira

Perdido entre o tempo e a eternidade
vou juntando os traços desta antiga novidade
e mesmo sem entender os mistérios da vida
sei que a alma pode seguir caminhos
que nem sempre precisam de saídas

Porque não é necessário
muito mais do que um instante
pra reencontrarmos um outro sentido
e fazermos deste encontro,
o elo entre o presente e algum motivo.