terça-feira, janeiro 19, 2016

Paciência - Pedro Melo

Tenho em mim toda a liberdade que preciso
como um espelho que em si reflete o improviso
sem revelar o que parece ser provável

Disfarço o querer escondido em preferências
sempre em mim mas sem criar consciência
apenas vivo a reinvenção dos meus enredos
mais como introspecção, menos como segredo

Sigo adiante observando essa novela
levando comigo a liberdade de uma espera
e, sem perceber, vou assumindo caminhos
envolvendo miragens e me criando sozinho

De ideal o que permanece é paisagem
desvendando paciência e encontrando coragem
para tudo o que há de ser
num espaço de tempo

E sem mais nem porquê
começo a entender
o que não se pode querer
na condição de um só momento.

Ouvindo https://www.youtube.com/watch?v=N_GPxe91hWE





(Resposta universal - Pedro Melo)


Sigo alto ou baixo e o terreno pouco importa
entrego à distração os sentidos da matéria morta
distante da experiência encontrada em respostas
sigo de mãos dadas com a eternidade empírica
em diálogos entre a visão e a consciência bíblica

Desvendo, com o tempo, os pensamentos passados
como condição de frequência do presente revelado
respiro cenários rituais da mais complexa energia
em união de revelação, mente, mistério e poesia

Na intuição do universo que nos toca
como observador que preserva aquilo que crê
sigo na dimensão que não se pode entender
apenas sentir e fazer do sonho a sua forma...

Esperando a sequência da imersão permanente
crio o que não se cria no reflexo de um espelho
e quase sempre a condição da resposta premente
é a liberdade que muito antes de chegar já veio.