quarta-feira, setembro 15, 2010

(Da instrospecção - P.M)


As instrospecções chegam caladas e nunca ficam por muito tempo. Deixam marcas, mas não mentem. Agem feito quebra cabeças de estados, recompondo sonhos, aconselhando fardos, acordando gente. Sorteiam maneiras de estar como mistérios íntimos. Pousam nos dias como nascentes, e nas madrugadas como natureza. São correntes da mais pura direção, banhando a alma e desaguando verdades, alimentando a essência e o renascer em novos dias de coragem. Se revelam e o tudo mudam dentro do nada, sem necessidade de esperança, verdades ou palavras. As introspecções chegam sem hora certa, em sinais de revoada e gestos pausados. Ensinam a simples ciência do que não se pode ver. Deixam cicatrizes de cura em marcas do que se foi derrepente. Por vezes a repousarem distâncias, por horas a divagarem presenças. Regam a essência terrena em sentidos de esferas que só a alma pode escrever, só a liberdade pode ler e só a verdade pode traduzir. São sopros de mudança em trilhas ocultas, onde o ser se refaz, a vida se encontra e a realidade é muda.