quinta-feira, março 31, 2011

(Quebra Cabeça Universal - P.M)



A chuva vem pra lavar as novas horas
enquanto animais selvagens invadem os apelos
esquinas cantam com seus flashes radioativos
permutando segredos por percepções milenares
na temperatura vibrante de farta existência

A penumbra do percurso a muito se dissolveu
na paixão dos segundos rumo a uma caça pacífica
pensamentos ficaram abandonados pelos cantos
como rastros de sentimentos sem fronteiras
enquanto o corpo é perfurado por dentro,
feito uma locomotiva prestes a levantar vôo
na direção afastada em uma verdade liberta

A artilharia mais uma vez se prepara sem saber
prestes a contornar as formas do mundo
sem que a resistência recite velhas desculpas
pois as raízes sempre romperam com o cansaço
como órbitas insanas a decifrarem a noite
na biologia espiritual dos que não se acomodam

A loucura real está aberta em olhos vidrados
árvores centenárias refletem gestos ocultos
que nada deixam escapar sem a reação do infinito.
A síndrome da vida reinventa a paisagem,
esculpindo melodias em infindáveis passagens...
na corda bamba de uma esquizofrência perfeita

A coletânea do tempo admira os contatos
respirando a água, o som, beijos e traços
como grito criado pela quantidade
de estações mergulhadas num só corpo
(explosão neste sopro de universo astral)

O caos sussura estórias de confiança
no desconhecido nascido da imaginação,
enquanto a captura dos sentidos amplia os sonhos
na cenografia criada pelas tempestades da emoção.




**há quem diga que tenho um dom pra loucura,
eu creio que a loucura tem um dom em mim.

"The blind can go get fucked
Lie beside the ditch
This halo around my neck
Has torn out every stitch"