sexta-feira, maio 28, 2010

(Dignidade Intrínseca - P.M)



Algumas coisas nesta vida
Há de serem observadas:
O sinal de uma contrapartida
Uma presença distante
A razão mais verdadeira
Sem a fraca consciência errante

Dignifique a sua fração dos outros
Se perca da necessidade desnessária
Dos motivos mal qualificados
Pela puta rotina diária

Acorde...
No sonho que te aguarda
Na imaginação que te ensina
Na possível perfeição
Longe de qualquer triste sina

Observe ao redor, longe do que se vê
Dilua o que te fazem entender
Entenda por si mesmo.
Pois os sentidos que te engrandecem
São os mesmos que escrevem o livro
Da alma.

terça-feira, maio 25, 2010

(Me dê as suas mãos, dizia ela - P.M)


Me dê as suas mãos, dizia ela
Me empreste as suas asas
Te levarei rumo ao desconhecido
A passear onde as cores são maiores
Do que os sentidos

Me permita tocar suas notas
Deixe me difundir sua alma,
Te apresentar a vontade das vontades
No reflexo da mais pura pretensão

Vou ensinar sua liberdade, dizia
A perfeição de bocas mudas...
Levarei sua ilusão a se perder
Na sensação do que não muda

Seus olhos fechavam, e ela suspirava
Como o canto de penas brancas
A contornarem o vento, devagar
Na calma da esperança dispersa

Vou te ensinar verdades sinceras
Sentimentos de um novo tempo
Detalhes a brincarem de esferas
No fascínio do envolvimento...
Te encontrarei na renuncia das ausências.

A cortina de sua visão se abriu...
Na plenitude do que não foi prometido
Em promessa do que não foi definido
Nas puras fontes da saudade...
Nos traços marcados de suas palmas
E ela se foi, como se nunca tivesse estado.

domingo, maio 23, 2010

(Eternidade de segundos - P.M)


Como poderia eu não duvidar
Das incógnitas desta vida,
Já que vivo entre instantes
A brincar de formas sonhadas
Em dias de constelação vivida

Em cada coincidência do além
Com estes planos inominados
Troco condutas e essências
Por infinitos improvisados

No envolvimento das sombras
Com as eras partidas,
Me perco em universos...
Em cada alma perdida

Nos rastros da imensidão
Na simples voz do segredo,
Releio estrelas a sussurrarem
Ecos, teorias e enredos...

Caído entre esferas
E espelhos deste mundo,
Traço reflexos inteiros...
Na eternidade de um segundo.

sábado, maio 15, 2010

(Alfabetos Inominados - P.M)


Jamais busquei entender as dimensões
Nem se pudesse, o faria
O que me impressiona são os sonhos,
Esferas de nuances imotivadas
Vestígios de outros dias.

Entre paredes úmidas
Evaporo com as sombras
Consentindo com a vasão,
Em cantos improvisados

Tateio almas
Reflito entre atos
Decorando mistérios,
E alfabetos inominados...

Meço planos,
Me perco em distâncias,
Perante horas aconselhadas.
Abraçando enredos de tudo
Em completas visões do nada.

quinta-feira, maio 13, 2010

(Mistérios Íntimos - P.M)


As lembranças,
Já não me consomem
De vazios inteiros.

Já não são mistérios íntimos
Neste céu de nevoeiros.

Agora, a noite canta
Na sinceridade dos meus sonhos,
Intercalando falas...
Paixões que componho.

quarta-feira, maio 12, 2010

(Alma Sanguínea - P.M)



Se eu pudesse descrever
A alma sanguínea
No corpo de minha corrente
Provavelmente,
Teria trocado a vida pela morte
Muito antes de nascer.

Não acho que a morte seja algo ruim, e nesta vida, somente a sinceridade da emoção, que é uma das poucas coisas que vem da alma, me parece coexistir com outros planos (morte) de maneira plena. Assim sendo, a unica forma inteira de encarar os sentimentos diante da emoção que nos causa alguns aspectos terrenos, seria atravessar a vida e ir de encontro com a sinceridade maior.
Nascimento nestes anos é fase, o resto, é o que não se tem. Eternidade perdida. Ausencia sentida pra quem sabe que em algum lugar, existe uma metade do eu superior a nos esperar. Bem além dos corações banalizados desta fase. Nesta vida ainda nos faltam peças para o contato pleno com o todo. O que temos são asas a se desenvolverem para um futuro mais pleno, e algumas vontades corrompidas pelos karmas terrenos. E diante disso, nesta existência, não posso acreditar em conformidade inteira que não ande lado a lado com a mentira. Sonhos cortados pela meio termo desta vida. O universo esta em nós, mas nós não estamos inteiramente no universo, ainda.

segunda-feira, maio 10, 2010

(De quem serão estes passos? - P.M)


De quem serão estes passos?
Traduzindo meus atos
No rascunho de revelações
Que mal me cabem nas mãos

Sem perceber os sentidos
Da razão e suas verdades
Vejo anestesia do cotidiano
Em vestígios de brevidade

De todas as pretensões,
A que melhor encanta é a do nada
Nascendo de sombras vazias
Em sistema de liberdade parada

Decifro reticências, completo paciências
Alugando conselhos de causas esquecidas
Diluindo cores, idolatrando palavras
Diante da superstição das horas
E belezas desta vida.

Redijo contradições
Acobertando saídas
(Diante de toda direção consumida)

Transformo asas, seres, detalhes
Em paradoxos da simplicidade...
Retribuindo universos de emoção
Feito mortal diante da eternidade.

quinta-feira, maio 06, 2010

(Os seus beijos são cometas - P.M)


Os seus beijos são cometas,
Rasgando sonhos vazios
Diluindo horas mal planejadas
Em doses de cotidianos tardios

Quem sabe assim eu decore,
Os disfarces em meus egoísmos
Trocando segredos repetidos
Por paixões mais sinceras

Talvez eu entenda,
Sem razões ou partidas
Seus abraços inteiros
Desmascarando os atos
E a intenção desta vida

Viveria  até sem promessas
Sem prazos, signos ou trincheiras
Me perderia em seus laços
Coexistindo em novas maneiras.

quarta-feira, maio 05, 2010

(Ligeira vida reflete - P.M)



Ligeira vida reflete
Como alma a escorrer
Imagem sonhada em vales
De calma ilusão a convencer

Mal se cria em motivos
Simbolos raros e definição,
Sendo ausente, é sentido
De sombra, distância e vazão.

Em dormência, me acolhe
No encontro do esquecimento
Com a lembrança que renasce
Do vazio e eternos momentos.

segunda-feira, maio 03, 2010

(Para o quadro - P.M)



A impessoalidade guarnece
Em cantos esparsos
Esta vida com toques
De almas sem tatos

Em sentidos de paz,
No interior de olhos calados
Transita-se no feliz aconchego
Da melancolia e seus quadros

Nos detalhes que nascem
De objetos e seus fundos
Como a mais bela harmonia
Dos movimentos estáticos

Repousando suspiros
Nos abrigos do que não se deseja
Em lugares banhados
Por fantasmas em suas naturezas.

sábado, maio 01, 2010

(Nos sonhos existem coincidências - P.M)



Nos sonhos existem coincidências
Que mal pressinto na palma das mãos
Percorrendo os atos de dias virados
Nas faces sombrias de toda ilusão...

Retido nas asas do segredo,
Viro vestígio de partida e realidade
Seguindo presença de vago enredo
Feito um intruso na razão da eternidade...

Na mortalidade da lembrança, esqueço
Da pessoalidade acordada em estados
Presumindo sentidos que não mais cicatrizam
A mentalidade das dimensões e seus dados.

Como podemos lembrar de algo que somos obrigados a esquecer?