sexta-feira, abril 16, 2010

(Inconformidades - P.M)


As inconformidades são como uma intervenção cósmica da realidade. Alimentando-se dos reconhecimentos anônimos, de oscilantes desejos encarnados nas condições frias da verdade. Acordam ilusões, vozes vazias, análises de tudo o que não acontece por não existir em si mesmo. É a aparência do que se enxerga quando se está retido em avalanches de matérias que desafiam os planos mudos. É contradição que desagua em necessidades desnecessárias, vínculos subjugados por prisões passivas, ideais vagos em audácias impossíveis. Confidências inconfessas nas faces do segredo. São palavras perdidas em todas as formas de não se retratar a vida. A razão admitida em reflexos de visões perdidas. Uma fonte carente de novidades sinceras, são como fogo que se acende em dias de chuva e velas. Improvisos constantes que desafiam os minutos das horas. As inconformidades são o elo perdido de semblantes ocultos a delirarem nos jardins da consciência pesada. É unidade desafiada por todas as moléculas dançantes nos terrenos da dúvida. Linha imaginária em descobertas sem relento de paz, sentenças tênues de ciências brancas, fórmulas rasas em trilhas de analogias vagas. Asas inertes pelo alvo egoísta deste momento único. Notas que não podem ser tocadas por mãos calejadas de inocência. Alfabetos que regem o espírito calado. Razão tímida na eternidade parada em gavetas do além.