sábado, setembro 18, 2010

(Coleção de miragens - P.M)


Era um senhor de idade...
Nascido com asas nos olhos,
E assim vivia da distração
Pois no observar ao redor...
Mal sabia se era verdade,
Ou se pura imaginação.

Em mantras de vestígios
Intermitente onipresença,
Plantava sem saber
Almas nos campos do olimpo.

E ao se encontrar na paisagem,
Não mais buscava,
A saída para o que se vê.
O seu todo era vivo.

Quando o sol dormia...
E a noite envelhecia,
As estrelas eram pousos
Nas avenidas da percepção.
Seria um sonho sem fim?
Ou uma verdade sem razão?

Suas mãos eram de fogo
De tanto contar...
Os rastros do infinito.
E o seu melhor acordo
Era brincar de detalhe,
No mundo de cada sentido.

Tinha visão maior ainda
Destas que mal se enxerga,
Quando o sentido das formas
Abria sua alma em dimensão,
E perfeição simplificada.

E quando desaparecia por completo,
Entendia em eterno segundo
Que a vida era mais viva
Quando a liberdade era criada.