quarta-feira, junho 09, 2010

(Essência em Ecos - P.M)


Pauso as horas em mim. Iludo os sentidos em tréguas internas. Sinto
o rasante de formas a regerem o alfabeto de imaginações presentes.
Guardo vôos para o que há de vir pela primeira vez. Silêncio através
de agudos poentes. Sentidos nascentes a pousarem em cantos de alma coração.
Enxergo minha calma como um rio de esperança a desaguar no esconderijo da paz.
Me liberto em cada naturalidade inventada, em cada gesto entretido perante
infinitos convertidos. Minha essência ecoa em brincadeiras de liberdade,
recolhendo-se na lembrança de sonhos naturais, em paisagens de quadros antigos
e paixões eternas. Hoje sou tempestade de chuvas finas. Sem ego, sem cortes nem sina. Abrigo-me no espaço de versos úmidos. Em presenças marcantes de almas distantes a reinventarem o nome das coisas. Me pego a admirar estas linhas
em branco a irradiarem a aquarela maior desta vida. A vida enquanto passagem. Enquanto paisagem. Enquanto cor, fascínio e poesia. E em cada rastro deixado por marés improvisadas, em cada margem que nesta existência se revela, a visão do horizonte expande a onipresença do meu barco a vela.
Ele nunca acreditou muito no tempo...
Mas o tempo sempre revelou grandes surpresas em seu acreditar.