quinta-feira, maio 31, 2012

(Vôo noturno - P.M)

O sono chega e me leva assim,
neste par de asas agora partidas...
apresentando a liberdade em mim
ao todo paralelo sonho da vida

Por certo sinto em meu reflexo
a paisagem deste ser desconexo
e mesmo com a alma imatura
resta a lembrança clara deste gesto
de mundo espiritual na noite escura

E sem saber se aqui jamais estive
ou se de algum jeito ainda estou,
acordo a procurar por mim, livre
e só me resta a metade que ficou.

terça-feira, maio 15, 2012

Porque pra ser amigo não é preciso ser igual em tudo, amizade verdadeira é aquela em que com as diferenças aprendemos o significado da palavra respeito e com as semelhanças sorrimos juntos e aprendemos o valor da palavra felicidade.

sexta-feira, maio 11, 2012

(Psicologia parcial deste tempo - P.M)

Feições congeladas guiam-se fiéis
ao néctar estragado da sobrevivência
mergulhando em lama a consciência,
da perspectiva fria dos espelhos...

A uniformização é a última penumbra
enganando a corrida de mil tumbas
dos que se perdem perante a morte,
transformando em ciência a cegueira
na batalha desta passagem derradeira
iludida pelas variações da sorte...

Nada ficará além de tragos
sob o manto da matéria mergulhados
até que a vaidade surpreenda...
 a miséria de almas empobrecidas
novamente sem a  profundidade, traídas
pelos desejos inócuos desta existência.

Inspirado em Augusto dos Anjos
Ouvindo http://www.youtube.com/watch?v=essPUOnV6Dg

quinta-feira, maio 10, 2012

(Disfarce a dois - P.M)



Eu vou te esquecer sem querer
só pra te ver confundir
a minha inocência ensaiada
depois vou quebrar a cara
como quem não tem nada

vou sussurrar este poema
no sossego do seu ouvido
pra perder a hora marcada
e desvendar um bom abrigo

vou lembrar do meu passado
só pra te ver naquele estado
e depois vou morrer de remorso

vou fazer promessas de futuro
sussurrar segredos no escuro
só pra arriscar o que é nosso

te farei chorar
só pra saber que a amo
depois vou pegar suas lágrimas
e fazer de fonte
pra emoção deste engano

então deixa o silêncio dizer
pois o perdão é mais bonito
quando não sabemos o porquê

e se forem palavras de ilusão
eu as digo com o coração,
e com a arma nas mãos…
me entrego à você.

sexta-feira, maio 04, 2012

(Sombras do coração - P.M)


Onde quer que eu vá
não me contenta
o papel passado

meu fim é um ser
sem encontro nem partido
e que cansa os estados

às vezes estou distante
e isto me faz sonhar
que estou acordado

às vezes estou próximo
e isto me faz notar...
o quanto estou distante

e se de despedidas distraídas
nascem novidades resolvidas
sigo esta vida bem assim
na renovação de um mesmo fim

pois as palavras do mundo
brotam por onde vou
e quando nem imagino
encontro a resposta
como quem nada perguntou

e se torna simples notar
que o sentido é muito mais
do que o propriamente dito.

Esquecer é a única dor
de quem não procura abrigo.