quarta-feira, outubro 13, 2010

(Kátharsis - P.M)

Posso beber do seu veneno
Cortar as línguas afiadas
Me acomodar entre seus ossos
Cuspir fogo como uma serpente mascarada

Os pulsos se cortaram por uma causa falida
Lapidei suas grades no concreto das horas
O fardo reagiu no impulso atravessado
Na catálise maquiada das justificativas

Disfarcei a alma
Em um conceito impensado
Entre o alvo, a seta,
E um vago desperdício...

Troquei os planos
Por uma teia inconsciente
Entre o raso, a meta,
E um pesado precipício...

Injeção de ânimo é o seu álibi
Mas sua intenção ultrapassada
Fez a sua mutação cansada
E a sua alma um subproduto do enredo

Desfocada se fez a essência  da razão
Escondendo as farpas da contradição,
No caos da amnésia premeditada
E na antiga novidade dos segredos

A reação se acomodou pelos cantos
A sombra percorreu as suas veias
A ambição lhe apresentará os prejuízos...

Tua intenção é um contágio
Má formação da origem
Denunciada pela falta de concepção
Dos seus brinquedos de suicídio.

**Kátharsis - Catarse em grego : Efeito de purificação produzido sobre os espectadores por uma representação dramática, em especial de uma tragédia clássica.

Escrito após assistir Zeitgeist pela 3 vez.

Um comentário:

Monique Barcellos disse...

Muito meu momento. As pessoas de bem são resistência. Ninguém é incorruptivel. Mas cabe um senso de justiça pra compreender e esclarecer as coisas. Essa bagunça do mundo que já não é de ninguém, e todo mundo quer dominar. Parabéns Pedro. FODA!